quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

LENDAS CURITIBANAS

Causos e estórias de ontem preservadas no coração de um livro. 


Quem já passou dos cinquenta anos de idade com toda certeza que se lembrará dos tempos de infância, quando as famílias ainda mantinham o costume de se reunir com os vizinhos, a maioria “compadres”, sem que nunca tenham batizado o filho de alguém e, naqueles encontros, muitos dos quais a luz de vela ou de lampião, surgiam as mais engraçadas, estapafúrdias e terríveis estórias que passavam por mulas-sem-cabeça, boi tatá, visagem e fantasmas capazes de nos tirar o sono por semanas ou, muitas e muitas vezes nos levando a urinar na cama e ganhar de brinde, no dia seguinte, aquela surra de chinelo, cinto ou vara de marmelo. Com o passar dos anos e a evolução tecnológica, esta prática de perpetuar causos e estórias foi se perdendo na medida em que muitos dos nossos avós, pais, tios e tias se foram e levaram consigo um acervo de valor inestimável. Muitos de nós que ainda têm a sorte de conviver com um vovô ou vovó podemos nos deliciar com estórias fantásticas, que a gente não encontra pela internet porque elas integram o âmago da existência dessas pessoas que viveram tempos de muito trabalho, de muitas dificuldades, mas sem jamais perder a vontade de fazer acontecer.
Luciana do Rocio Mallon
Dos nossos tempos de infância, quando proibidos de ouvir os causos, ficávamos escondidos atrás da porta porque a curiosidade era grande, podemos concluir que gravamos em algum lugar da mente parte dessas lendas e mitos enquanto que outros decidiram ir além e batalhar muito para manter vivas essas passagens que um dia foram atração maior do que o Fantástico em nosso fim de noite dominical. É o caso da escritora, repentista e pesquisadora de lendas,Luciana do Rocio Mallon, formada em Letras pela UFPR e que a muito custo conseguiu lançar seu primeiro livro intitulado “Lendas Curitibanas”, depois de anos a fio resguardando causos em sua memória, conversando com idosos e 
preservando tudo aquilo que um dia, movida pela curiosidade, descobriu num porão da casa do seu avô Torres, que já naqueles tempos estudava secretamente os mitos da cidade de Curitiba para ter depois, muita coisa para contar naqueles encontros fantásticos.
Esta descoberta foi o que impulsionou Luciana a pesquisar causos e lendas por conta própria e que culminou numa obra rica em detalhes e que com toda certeza já despertou a sua curiosidade também. 
Lançado em 2013 pela Editora Instituto Memória, a obra com 98 páginas pode ser adquirida através do portal: http://www.institutomemoria.com.br/detalhes.asp?id=211

NOTA: o presente artigo também foi publicado em nossa edição impressa alusiva ao mês de fevereiro/2015 e distribuída em São José dos Pinhais, na região do Afonso Pena.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

O FINAL DO MUNDO


Há 22 anos, no dia 15 de dezembro de 1992, foi instalado este monumento no Cabo de Hornos. A obra é do artista e professor chileno José Balcells Eyquem, cujo projeto concorreu na época com outros 14, de artistas renomados. A ideia de erigir um monumento em Cabo de Hornos surgiu da Confraria de Capitães do Cabo de Hornos que, para atingir este objetivo tiveram que ir em busca de apoio e de muitas contribuições em dinheiro, já que o monumento, por sua localização, deveria ser construído de maneira a suportar ali os ventos que chegam, muitas vezes, aos duzentos quilômetros por hora. Aquele Albatroz que se observa aguarda sempre pela visita dos turistas, pelo menos dos mais ousados, que se atrevem a viajar até onde os chilenos e outros povos da América do Sul consideram como “O Final do Mundo”.