quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

POR ONDE ANDAM AS BOAS NOTICIAS?

Velocidade de informações, mundo globalizado, tecnologias de ponta regendo a grande orquestra humana. A todo instante em diferentes pontos do planeta um novo acontecimento causando impacto e apesar disso, a vida segue seu rumo... Tudo isto neste inicio de Século 21 é tão natural às nossas vidas que a maioria já nem se preocupa com coisas corriqueiras que também acontecem mundo afora. Abre-se o jornal, acessa-se um portal de noticias, liga-se o rádio ou a televisão e de cara deparamos apenas e tão somente com desgraças em todos os níveis. Parece-me que o mundo de repente virou um grande balaio de desgraças e um imenso funil por onde apenas se esvai muito sangue. A violência já se tornou uma prostituta ladina que vive nas mais estranhas esquinas do mundo e já perdeu totalmente a noção e os sentidos. Assaltos, crimes passionais, crimes de trânsito, brigas nas ruas e nos estádios de futebol, nas saídas das danceterias e bailões e nas periferias dos grandes centros onde a juventude mata e se mata em função das drogas. Ao mesmo tempo, abortos são realizados a todo instante ou então, fetos e recém-nascidos encontrados em latas de lixo dos mais sombrios becos da nossa existência. Para completar, temos pelo planeta conflitos armados, onde os homens cospem suas bombas e muitos deles se transmutam nas mesmas para satisfazer idealismos satânicos. E a natureza por sua vez, tão agredida, rebela-se em terremotos, como o mais recente que arrasou o Haiti, vendavais, furacões, tsunamis e outras tragédias mais. Somemos a todos esses chamados “carmas coletivos” os constantes acidentes aéreos e rodoviários que pouco a pouco aniquilam mundo afora, milhares de vidas. O mundo cresce! Que mundo cresce? O homem é quem cresce! O homem cresce em sua poderosa mente e cria, na medida em que o tempo avança muitas facilidades para a nossa vida moderna, descobre medicamentos para salvar vidas e segue explorando o desconhecido para descobrir coisas novas, que nos permitam viver mais e supostamente melhor. Leio num jornal que duas coisas preocupam autoridades de diversos países: os alimentos e a água! Ao que tudo indica, dentro de uma década e meia mais ou menos, grande parte da humanidade estará sofrendo em função dessas duas fontes de vida. Considerando que já respiramos cada vez menos oxigênio puro, não será surpresa se, em duas décadas e meia, grande parte da humanidade também, passe a morrer à míngua, de fome, de sede e pela falta de ar. Sem que não se esqueça das doenças e epidemias que aparecem aqui, ali e acolá, nascidas talvez por experiências laboratoriais, mas por certo, nascidas mesmo pela nossa própria sujeira através das toneladas de lixo que criamos todos os dias e quem ninguém mais sabe o que fazer com isso tudo. Olho para o firmamento à noite e me perco por entre as milhares de estrelas. Divago sobre as sondas que circulam espaço afora na busca quem sabe de outras vidas ou de outros planetas nas mesmas condições da nossa adorada Terra. Perco-me na distância do infinito e fico pensando na distância que nos separa por aqui, quer entre países, quer entre desgraças ou ainda, pelas diferenças sociais que espremem a maioria em todas as partes. Preocupa-me de certo modo essa busca por um novo lugar lá pela Via Láctea ou muito adiante dela. Talvez no futuro se encontre um novo planeta e para ele, sejam enviados alguns homens para preservar a espécie. Porque por aqui as noticias não são nada promissoras. Só vejo, leio e escuto noticias de arrepiar. Fatos que mexem com todas as emoções, que arrancam o grito e as lágrimas desesperadas de uma mãe, de um pai ou de um filho diante de certas tragédias e isso, em nossas vitrines-tevês, nos fazem parar por alguns momentos. Apenas alguns momentos para uma breve reflexão. Podemos até sentir um pouco daquela dor, mas logo depois já vem outra noticia mais triste e assim, neste contexto, mais relevante e seguimos nestes passos, com reflexões de minutos e em seguida, mergulhamos no grande show da vida, até porque, amanhã será um novo dia, o trabalho nos espera, as contas também. Minhas dores serão sempre maiores que as suas e minhas necessidades também. Que se dane o mundo lá distante. Eu quero é me dar bem por aqui, no meu cantinho. Que me importa os problemas alheios? É assim que muitos pensam! Pode ter certeza. Talvez você mesmo já tenha dito isso a você mesmo um dia. Evidentemente que a vida vai passando e cada um de nós vai evoluindo senão, vivendo algum drama que acaba descortinando a verdadeira realidade. É neste momento que começam a aparecer as boas noticias. Porque você passa a perceber que não está sozinho no mundo. Que as desgraças todas que a televisão escancara à sua frente são verdadeiras e não um filme de tragédias. Que aquelas pessoas gritando, chorando e desoladas são gente de carne e osso como você. A boa noticia é que você reconquista a sua condição humana e passa a viver com cautela, a dar valor as mínimas coisas que possui, que passa a sorrir para os outros, mesmo para aquele vizinho que você achava o maior chato. Você devolve “você” a você mesmo! Pode parecer meio confuso, mas é verdadeiro. A humanidade precisa redescobrir a “humanidade” afinal, nada do que temos e muito menos o dinheiro que conquistamos nos pertence. Somos meros passageiros pela estrada da existência e de partida a uma nova dimensão, nada do que tivemos seguirá em nossa bagagem. Levaremos apenas e tão somente tudo o que fomos e contará valiosos pontos a nossa humildade, o nosso caráter, a nossa gentileza, a nossa devoção e amizade, o nosso jeito de amar, de sorrir, de abraçar, de estender as mãos e, acima de tudo, a nossa verdadeira humanidade perante a própria humanidade e é claro, perante a casa que nos foi ofertada com todas as suas maravilhas, sem aluguel e sem venda. Mas nós costumamos dizer que isto e aquilo “são meus!” Boas noticias se perdem pelo vento da indiferença. Ninguém quer saber se um homem salvou um elefante ou uma baleia. A ninguém interessa um documentário na tevê, no horário nobre quando neste horário se pode ver uma boa briga ou um bom amasso. Ou então, uma trama novelesca ou ainda, aquele filme que é puro terror. Boa noticia não ganha manchete, não dá audiência e muito menos dá lucro. As boas noticias estão incrustadas em nosso interior. Através das nossas atitudes, sem interesses, é que escrevemos uma boa noticia e nem precisa de fotografia. Um abraço nos filhos, uma ajuda ao colega de trabalho, um sorriso verdadeiro para a criança no carro ao lado, uma ajuda ao idoso para atravessar a rua, o acolher de um cão abandonado e tantas outras coisas pequenas que certamente só podem engrandecer a alma. Essas são as boas noticias que todos precisamos escrever como bons jornalistas do cotidiano e como ávidos repórteres de nossas próprias vidas. Todos, sem exceção, temos nossas próprias histórias e passagens, sejam boas ou ruins. Tudo isso se transforma em boa noticia até porque, se partilharmos nossas experiências, se nos propusermos a orientar e se tivermos a graça de acolher quem quer que seja, começaremos a dar novo formato ao mundo e à vida. E esta sim será a grande manchete do nosso tempo!!!

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