quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

O CARA MAIS RICO DO CEMITÁRIO

Estar de volta às salutares atividades é algo que me conforta a alma e, ao mesmo tempo, uma vez mais me leva a divagar sobre o destino de todos nós. Evidentemente que não vou sozinho salvar o mundo, mas que ele precisa de ajuda pode estar certo disso. Este regresso aos afazeres de cada dia me enche o peito por um reencontro ainda mais salutar: estou lutando aqui para fazer circular outra vez a edição impressa do COLUMBIA NEWS na região onde resido. Se obtiver o apoio esperado outra vez, terei muito para contar e mostrar. Mas neste começo de 2013, após a passagem de um asteróide bem pertinho da Terra e do eminente fim do mundo anunciando pelo calendário Maia, eis que seguimos todos, cada qual rumo ao seu norte, nesta maravilhosa terra brasilis sempre envolta nas questões políticas que todo mundo já sabe e agora, com atenções voltadas para aquela casa dita a mais famosa do Brasil. É isto gente; o Big Brother Brasil 13. São 13 anos de “heróis” despidos brigando por uma grana, mostrando para as câmeras mais do que deveriam e dessa maneira, decepando o resto de esperança cultural e palavreado correto que a tantos faz falta.
Bem; a vida segue como ela é e ao nosso redor, seguem os homens pescando indiscriminadamente, ceifando nossas florestas, poluindo o ar e o restinho de água potável que nos resta. Salvemos a água, porque a vida merece e agradece. Nos últimos anos, se começou a falar em “sustentabilidade”, da mesma maneira que há várias décadas se passou a falar em “ecologia”. 
Ambas são palavras bonitas, dignas de doutores. Mas na prática, são duas palavras que exprimem o real sentido de preservação de toda a vida que habita o planeta. Ao mesmo tempo, os gritos seguem ecoando pelas bolsas de valores, os investimentos exigem retornos bem lucrativos e para tanto, que se dane a natureza afinal de contas, ser rico, milionário ou trilhardário é o que mais importa na ordem do dia. 
Alguns utilizam até o famigerado recurso de enfiar dinheiro na cueca depois de enfiar a mão na cambuca, mas isto é tema para uma dessas próximas e infindáveis CPIs que geralmente acabam em pizza. Diz lá no dicionário: “Sustentabilidade” – forma alatinada de sustentável + idade – s.f – Qualidade ou condição do que é sustentável. Modelo de desenvolvimento que tem condições para se manter ou conservar. Em outras palavras e a título de exemplo prático, para que se possa sustentar a nossa condição de vida por aqui é preciso cuidar de todas as coisas vivas e de tudo o que as mantém vivas, inclusive nós mesmos. 
O ar puro, a água pura, as florestas ricas, a fauna e a flora bem cuidadas e entre nós, reciclar o lixo e tratar de todo o esgoto. Sem esquecer que cada vez mais é preciso repensar no destino de todo o lixo atômico produzido mundão afora além de outras, digamos, picuinhas que integram nossa existência. Isso tudo narrado passará pelos nossos olhos através dessa “quase” leitura dinâmica e para muitos, permitirá uns instantes de pensamentos sérios a respeito, mas depois, a vida exige que se “corra atrás” e assim, infelizmente, muitos dos nossos erros cotidianos seguirão sendo forjados na medida em que o tempo avança. 
Se não levarmos a sério essa tal “sustentabilidade” corremos o risco de encerrar nossa passagem da mesma maneira que os habitantes da Ilha da Páscoa onde, segundo referências históricas, ao longo do tempo, não tiveram a preocupação com a sustentabilidade e assim, passaram a viver em guerras constantes na disputa por alimentos e água potável. 
Conta-se que a população da ilha cresceu demasiadamente e, considerando as suas condições ambientais, a quantidade de alimentos e água foi ficando cada vez mais racionada. Para complicar, a água do oceano na região é muito gelada o que impede a formação de corais e não traz os peixes para tão perto. Em outros tempos, cerca de 1500 habitantes foram capturados para serem vendidos como escravos. A maioria morreu e os 15 repatriados mais tarde trouxeram a varíola para a ilha que praticamente dizimou o restante de sua gente. 
Restaram os moais que olham para um grande vazio, para páginas de uma história escrita com dor e sofrimento e que acena para o resto do mundo como um grande alerta. Que a busca desenfreada pelo lucro não nos leve ao caos e à monstruosidade, até porque, de nada adiantará ser o milionário do cemitério. Ah! Se ainda restar o bom senso de se enterrar os mortos oriundos da falta de consciência, bom senso e de união entre os povos. Quem viver verá!

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