Na
minha rua antiga, ainda em macadame, ele passava uma vez por mês.Alto,
magro, cabelos esbranquiçados, pele enrugada e passos pausados,
empurrando seu artefato de afiar. Minha mãe e outras senhoras de então,
faziam fila. Tesouras, alicates de unha e facas. E ele, tranquilo,
afiava tudo enquanto ouvia as fofocas da mulherada. Depois seguia pela
rua! E assim foi por alguns anos até que que a rua ganhou asfalto, as
senhoras partiram para o céu e o afiador nunca mais por ali passou.
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