A pessoa não identificada e que com nós convive em meio a uns sete bilhões de indivíduos no mundo será aquela que certamente receberá todas as dádivas para se tornar o maior super-herói de todos os tempos. Este alguém é quem vai nos proporcionar aquilo que tanto almejamos e que cada vez mais nos cerca, seja aqui, ali ou acolá: o lixo!
Temos o conceito formado de jogar nossas culpas, nossas falhas, nossas decepções e nossos entulhos em “alguém” que, evidentemente, nunca seremos nós, até porque, nós (eu e você) somos por demais especiais para aceitar determinadas premissas que a existência coloca em nossos caminhos.
Abre-se um jornal ou revista de grande circulação ou então se assiste o telejornal ou acessa-se a internet e logo de cara tem uma matéria abordando este que é hoje o nosso maior problema. Na verdade é um problema que criamos nos mais variados segmentos das atividades humanas até que em nossas casas, após o consumo das coisas, lá se vão as embalagens para a frente da casa na esperança de que aquele “alguém” por ali passe e dê um bom destino às nossas “coisas” inservíveis. Existe a reciclagem, mas a maioria não separa o lixo reciclável do orgânico e tudo vai junto e misturado no caminhão do lixo. Quando não se pode esperar pelo lixeiro, o melhor a fazer é escolher aquele terreno baldio e lá mesmo desovar essas coisas que só atrapalham a vida da gente.
Fico de repente olhando o céu à noite, paparicando aquelas estrelas que brilham por milênios numa distância incalculável para minha simplória matemática. De repente vejo uma “luzinha” atravessar lá no alto, e não é um avião; trata-se de mais um entre tantos satélites que circundam a Terra e que nos proporcionam uma série de facilidades. Só que para eles estarem lá, foi necessário deixar muito lixo ao nosso redor. Detritos que as vezes adentram a atmosfera e são fulminados pela defesa do planeta. Interessante que muitos desses detritos se transformam, aos olhares mais leigos em interessantes “estrelas cadentes”, dignas de receberem aquele pedido todo pessoal.
No alto, “alguém” está atento para queimar essas bugigangas e evitar que caiam sobre nossas cabeças. Cabeças alucinadas pela correria, pelo consumismo, pelas crenças diante aos milagres ou daquelas que profetizam o fim do mundo, com cavaleiros fortes e cruéis que darão fim à humanidade com suas afiadas espadas.
E nós seguiremos apostando que “alguém vai dar um jeito” no lixo que atiramos por ai, pelas ruas, nos rios e nos mares. Morreremos todos em função da poluição, da falta de água potável e pelas doenças que adoram nascer em meio à lixarada que nós produzimos e que dela tanto reclamamos pelas causas negativas. Virão os cavaleiros? Quem sabe? Mas se vierem, não serão, com certeza, aquele “alguém” em quem apostamos que arregaçará a manga para limpar toda a nossa sujeira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário