Todo ano, desde 2016, participo do Concurso de Linguagens Culturais promovido pela Secretaria de Cultura de São José dos Pinhais-PR. Uma vez adotada a cidade para moradia, me tornei tão sãojoseense quando aos que aqui nasceram, exemplo de minha filha Paula. Como fiel morador, a paixão pela cidade é bem antiga, muito antes de sonhar com a possibilidade de um dia por aqui se estabelecer, logo eu que na maior parte do tempo fui um desses mascates a mudar de casa e de bairro por incontáveis vezes. Verdade que de Curitiba ainda perdura minha paixão e saudade pelo Prado Velho onde, confesso do fundo coração, vivi a melhor infância que alguém poderia ter vivido.
Bem; voltando ao concurso, em três ocasiões conquistei colocações expressivas sendo; um primeiro lugar em conto, um primeiro lugar em crônica e um segundo lugar em outro conto que nem te conto.
Premiações na forma de troféu, todos dispostos na minha estante e em vários exemplares de livros conferidos pela Biblioteca Scharffenberg de Quadros.
Para quem não sabe, Reinaldino Antônio Scharffenberg de Quadros era poeta e nasceu em 21 de janeiro de 1878, nesta querida São José dos Pinhais que na época ainda tinha apenas 25 anos de existência. O poeta deixou esta vida em 18 de maio de 1919 lá na cidade do Rio de Janeiro.
Neste aparato de livros recebidos como premiação(e como é bom a gente ganhar livros) veio uma obra maravilhosa intitulada “ Travessas & Travessias”, com textos do saudoso jornalista Carlos Alberto Pessoa, fotografias de Charly Techio e Tânia Buchmann e Design Gráfico de Luiz Postal com prefácio do ex-prefeito de Curitiba, Jaime Lerner, até porque o Nego Pessoa escrevera sobre as mais famosas, conhecidas e desconhecidas travessas da cidade. Eu tinha ouvido falar sobre a obra editada e lançada em 2013, e fiquei feliz quando ela me chegou às mãos na forma de um duplo prêmio, porque se algumas travessas de Curitiba eu passei, outras nem sabia da existência. Leitura para uns 20 minutos, por ai, com belas fotos em preto e branco que bem demonstram a fidelidade de cada local ali descrito. O Carlos Alberto Pessôa (com chapeuzinho, como ele costumava falar) nos deixou em 2017 e também deixou muitas obras de seus escritos maravilhosos com suas tiradas ao melhor estilo dos atacantes no futebol e com sua língua tão afiada que era capaz de dar cabo do mais pirotécnico dos dragões.
Conheci o CAP quando ainda começava a gatinhar neste mundão do rádio, tevê e jornais e sinto apenas não ter podido ter tido mais contato com ele e com tudo o que sabia fazer de melhor que era escrever.
Nesta obra “Travessas & Travessias” que evidentemente existe à disposição dos interessados na Biblioteca Scharffenberg de Quadros aqui em São José dos Pinhais e também na Biblioteca Pública do Paraná, em Curitiba você terá encontro com a imagens que, a exemplo de cartões-postais eternizam as paisagens descritas e, ao mesmo tempo, vai aprender com o poeta, com o jornalista e com o observador tão comum que, ao nosso redor existe sempre o palpitar do passado tentando captar as notas do presente.
Mas ao final; uma música nova desencanta e o mundo todo canta! (P.B.J. 05/02/2020)
Nenhum comentário:
Postar um comentário