segunda-feira, 31 de agosto de 2020

É AGRO, É POP, É PAULADA

Assustada com os preços dos alimentos básicos no supermercado minha filha?

Pois então; a inflação está sob controle. Sob controle remoto, porque realmente chegamos a um estágio insuportável para sobreviver num país onde o Agro é Pop e rende bilhões por ano. Felizes os bilionários que mantém o Agro sob seus controles.

Então você vai ao mercado em junho para fazer aquele famoso “rancho” e gasta 450 reais. Em julho você compra as mesmas coisas e gasta 520 pilas. Daí você decide fazer uns ajustes em sua lista de compras e encara agosto cheio de razão para fazer economia.  A paulada vai a 720 reais e lá no caixa você olha pra moça assustado e pergunta:

- Tem certeza que isso daí está certo?

Ela não precisa responder porque você bem que notou que os preços do arroz, do feijão, do trigo, do açúcar, do café, do óleo de soja e de toda a linha de hortifrutigranjeiros dispararam feito estouro de boiada. E da boiada eu nem quero falar sobre o preço da carne...

Ah! Mas o governo aumentou os impostos porque senão quebra. Não é verdade. A questão é que o governo quer arrancar de todas as formas possíveis o dinheiro destinado ao auxílio emergencial. Aqui é e sempre foi assim. Eles te dão com a mão esquerda e te tiram com a direita num piscar de olhos. Somem-se a isso os aumentos nas tarifas de energia elétrica e no consumo da água além é claro; de todos os demais impostos que dançam à nossa volta como se estivéssemos amarrados num tronco, rodeado pelo fogo com uma daquelas antigas tribos de antropófagos comemorando um suculento jantar. Sim; somos o jantar constante dessas víboras que, esfomeadas não nos dão folga. Eles tomam café da manhã, almoçam, fazem lanche e jantam com a gente diuturnamente e ainda arrotam uma estúpida sabedoria aliada a uma incompetência sem precedentes.

Eu aqui, diante do computador, às vezes viajo por estes confins da Internet na busca de verdades explícitas. E encontro legiões de descontentes com toda esta bazófia que nos assola. Não faço viagens sem um bom mapa, uma eficiente bussola e toda a devida programação a fim de se evitar dissabores. Em outras palavras, este cara aqui vai buscar comparativos entre governantes de outrora, alguns já no além e aqueles que estão ai gastando horrores do nosso dinheiro para se defender de suas falcatruas.

Então acabam com o país aproveitando a pandemia. Mas a pandemia é mundial e sabemos que muitos países, mesmo com a crise gerada, já estão prontos para dar a volta por cima sem que seja preciso sacrificar sua gente.

Isto acontece aqui na Terra do Pau Vermelho desde sempre exceto; num período de 13 anos em que, mesmo com os erros de praxe, este país ganhava as alturas e o respeito mundo afora. Podem cair de pau sobre este escriba, mas antes vão rebuscar tudo o que foi feito naqueles 13 anos em relação ao que jamais fora feito antes e muito menos depois.

Então, que paguemos o preço injusto pela escolha paquidérmica de uma maioria cega, inculta e que tiraram suas máscaras de ódio, homofobia, racismo e xenofobia para idolatrar o falastrão. Que paguemos todos juntos o preço da aceitação das notícias inventadas, da deturpação de irmãos brasileiros com sentimento patriótico e dispostos a colocar este gigante adormecido em seu devido lugar.

Paguemos, pois, pelo desemprego absurdo, pelo aumento das favelas, pelo aumento dos sem teto, pelo aumento dos tributos, pelo aumento do alimento que em muitas mesas nem escasso está mais porque não existe.

Paguemos o preço de nossa compra impensada ou de nossa aposta mal feita.

E vamos seguir no compasso divertido do país que é agro e sua gente padece de fome. Porque o agro é pop, o agro é tech, o agro é uma ilusão de Mandrake na terra da cartola vazia.


-Pedro Brasil Júnior – 31/08/2020

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