Assustada com os preços dos alimentos básicos no supermercado minha filha?
Pois então; a
inflação está sob controle. Sob controle remoto, porque realmente chegamos a um
estágio insuportável para sobreviver num país onde o Agro é Pop e rende bilhões
por ano. Felizes os bilionários que mantém o Agro sob seus controles.
Então você
vai ao mercado em junho para fazer aquele famoso “rancho” e gasta 450 reais. Em
julho você compra as mesmas coisas e gasta 520 pilas. Daí você decide fazer uns
ajustes em sua lista de compras e encara agosto cheio de razão para fazer
economia. A paulada vai a 720 reais e lá
no caixa você olha pra moça assustado e pergunta:
- Tem certeza
que isso daí está certo?
Ela não
precisa responder porque você bem que notou que os preços do arroz, do feijão,
do trigo, do açúcar, do café, do óleo de soja e de toda a linha de
hortifrutigranjeiros dispararam feito estouro de boiada. E da boiada eu nem
quero falar sobre o preço da carne...
Ah! Mas o
governo aumentou os impostos porque senão quebra. Não é verdade. A questão é
que o governo quer arrancar de todas as formas possíveis o dinheiro destinado
ao auxílio emergencial. Aqui é e sempre foi assim. Eles te dão com a mão
esquerda e te tiram com a direita num piscar de olhos. Somem-se a isso os
aumentos nas tarifas de energia elétrica e no consumo da água além é claro; de
todos os demais impostos que dançam à nossa volta como se estivéssemos amarrados
num tronco, rodeado pelo fogo com uma daquelas antigas tribos de antropófagos
comemorando um suculento jantar. Sim; somos o jantar constante dessas víboras
que, esfomeadas não nos dão folga. Eles tomam café da manhã, almoçam, fazem
lanche e jantam com a gente diuturnamente e ainda arrotam uma estúpida
sabedoria aliada a uma incompetência sem precedentes.
Então acabam
com o país aproveitando a pandemia. Mas a pandemia é mundial e sabemos que
muitos países, mesmo com a crise gerada, já estão prontos para dar a volta por
cima sem que seja preciso sacrificar sua gente.
Isto acontece
aqui na Terra do Pau Vermelho desde sempre exceto; num período de 13 anos em
que, mesmo com os erros de praxe, este país ganhava as alturas e o respeito
mundo afora. Podem cair de pau sobre este escriba, mas antes vão rebuscar tudo
o que foi feito naqueles 13 anos em relação ao que jamais fora feito antes e
muito menos depois.
Então, que
paguemos o preço injusto pela escolha paquidérmica de uma maioria cega, inculta
e que tiraram suas máscaras de ódio, homofobia, racismo e xenofobia para
idolatrar o falastrão. Que paguemos todos juntos o preço da aceitação das
notícias inventadas, da deturpação de irmãos brasileiros com sentimento
patriótico e dispostos a colocar este gigante adormecido em seu devido lugar.
Paguemos,
pois, pelo desemprego absurdo, pelo aumento das favelas, pelo aumento dos sem
teto, pelo aumento dos tributos, pelo aumento do alimento que em muitas mesas
nem escasso está mais porque não existe.
Paguemos o
preço de nossa compra impensada ou de nossa aposta mal feita.
E vamos
seguir no compasso divertido do país que é agro e sua gente padece de fome. Porque
o agro é pop, o agro é tech, o agro é uma ilusão de Mandrake na terra da
cartola vazia.
-Pedro Brasil Júnior – 31/08/2020
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