Faz bom tempo quando, uma ocasião, tive a ideia de mostrar aos meus filhos um disco vinil dos Pholhas. A minha vontade era, na época, que eles, de repente, gostassem das canções que, no início dos anos 70, ainda em minha adolescência, mexeram muito com o romantismo.
Qual foi a surpresa quando, ao observarem a capa do disco, se estrincharam de tanto rir ao deparar com os trajes dos integrantes da banda que, aliás; eram as roupas da moda da juventude de então. Eu sempre digo que “éramos ridículos, mas detínhamos um romantismo magnífico e verdadeiro”, por isto, acredito eu, atravessamos todas as fases da história até aqui, preservando esta joia rara que é olhar tudo com o coração, com a essência mais pura.
O disco que eu tinha, nestas idas e vindas da vida, acabou se perdendo, mas as canções sempre se fizeram presentes, fosse numa velha fita cassete ou hoje, num pendrive que tem de tudo e vive cansado de trabalhar naquele rádio do automóvel. Esse LP da foto, em minha opinião, foi o que apresentou os maiores sucessos da banda paulista e eu recordo muito bem que, na época, eram as mais tocadas nas rádios, lembrando que não existiam emissoras em FM. Aqui em Curitiba, a rádio mais próxima de uma FM era a saudosa Rádio Iguaçu. Os Pholhas continuam na estrada, com formação diferente da original, mas seguem trabalhando porque qualquer um de nós sabe muito bem que os “boletos sempre vencem”.
Daí eu fico olhando estes 54 anos desde o lançamento do disco, e me perco em gratas lembranças, a começar por uma vitrola Phillips onde a agulha quase furou este disco, depois por um gravador também Phillips onde muitas fitas se enroscaram, para meu desespero e sem não esquecer, aqueles domingos mágicos, com macarronada, frago ao molho, maionese e, à mesa, uma Coca-Cola Família.
Pena que minha irmã Marina já tenha partido, ela que também adorava a banda e, assim como ela, outras gentes que habitavam nossa casa para “filar boia”, tocar violão, jogar conversa fora. De repente, como gravou o Lulu Santos, “tudo muda o tempo todo no mundo” e a gente envelhece, mas jamais esquece as grandes passagens da existência.
Depois? Ah! Depois surgiu uma série de álbuns intitulados “Autógrafos de Sucessos” com um deles todinho dedicado aos Bee Gees. Mas esta é outra história!… P.B.J – Curitiba, 18/08/2023