Ser jovem e achar que já se sabe tudo!
Ficar velho e descobrir que, apesar das experiências, ainda se pode aprender muito!
Vivemos em pontos distantes nessa imensa ponte que liga os conceitos de família e mais distantes ainda estamos da sabedoria japonesa, onde os mais velhos têm sempre a palavra final diante das questões levantadas pelos mais jovens.
Se lá as tradições milenares começam a sucumbir pelo poderio da tecnologia, aqui, os primeiros sinais de preocupação diante da importância em se valorizar o idoso começam a tomar forma.
Já somos um país com um expressivo numero de idosos que cresce a cada ano, causando certo pânico em quem pensa estar rumando para o fim da existência, movimentando questões políticas quando o governo olha para a previdência social, mais notadamente para a saúde do idoso e suas aposentadorias ou pensões e abrem-se portas comerciais que visam exclusivamente esse público que também consome, que viaja e que infelizmente, movimentam os caixas da maioria das farmácias de norte e sul.
Evidentemente que a qualidade de vida deu uma melhoradinha e a expectativa de vida também aumentou e isso tudo assinala algo importante: o idoso de nossos dias já não é mais o cidadão de cinqüenta e poucos anos como antigamente. Essa condição supera os 65 anos de idade e mais interessante ainda, é que os avós são hoje bem mais novos e podem assim, curtir muito mais os netos.
Claro que existem idosos “mais novos”, que infelizmente, por descuido próprio ou da família ou ainda pelas suas histórias de vida, acabaram esquecidos num asilo onde convivem bem mais com a solidão e o saudosismo do que com os chamados entes queridos.
Nesse contexto, é primordial que comecemos já a interagir com o idoso, abrindo-lhe portas de oportunidades para novos aprendizados, alguns trabalhos, muitas atividades ocupacionais e inclusive esportivas adequadas. Mais importante ainda é não se deixar levar pela correria da vida moderna e deixar os “velhos” à margem.
É preciso ouvir o que eles têm para dizer, contar, aconselhar e pedir. Se no passado, ainda jovens, deram tudo de si para criar os filhos é preciso que esses filhos agora, retribuam à altura afinal; ninguém vem ao mundo para ficar como semente. A vida passa, os anos se transformam em experiências doces ou amargas e são justamente essas experiências que nossos velhos querem dividir com os mais novos, diminuindo assim a distância dessa ponte enorme que a sociedade vem construindo faz tempo.
É momento de cuidar do idoso não como “um velho”, mas como um ser humano rico em conhecimento, em sensibilidade, em valores morais e éticos que só eles podem passar aos jovens, contribuindo sim, de maneira entusiástica para um avanço social embasado na dignidade, na honestidade, na paciência e acima de tudo, na compreensão.
Em mais uma década, o Brasil terá uma população de idosos ainda maior e é agora o momento de nos prepararmos para também envelhecermos com sobriedade, com saúde, com atividades que dêem o verdadeiro sabor da vida e é claro; que possamos, apesar da idade, seguirmos unidos com a juventude que veio através de nós para dar seguimento ao mundo. A este mundo conturbado, que com coerência, bons ouvidos ao que os mais velhos têm a dizer, pode ser salvo e assim, propiciar às futuras gerações a oportunidade de viver na paz e de seguir construindo um mundo cada vez mais alicerçado na experiência, no bom senso e acima de tudo, nos passos daqueles que já percorreram a longa estrada e sabem, no fundo de seus corações e de suas almas, o quanto são importantes os reais valores humanos.
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