domingo, 1 de maio de 2011

NA ARTE COM LATAS, A ARTE DO LIXO

Vivemos já faz algum tempo observando uma série de questionamentos em relação à quantidade de lixo que vai tomando conta do planeta numa velocidade avassaladora.
Nas tragédias naturais mais recentes a gente bem que pode ver, através dos vídeos e das fotografias, a enorme quantidade de lixo que se avolumou nas enchentes do Rio de Janeiro, na região litorânea do Paraná, no terremoto e tsunami no Japão e agora nos Estados Unidos com a ação destruidora dos tornados. Evidente que o lixo em questão se origina da destruição feita por estes acidentes naturais, porém, é notório e sabido que antes de cada fato, já havia sim muito lixo espalhado em cada uma das regiões descritas. E se digo isto é porque você pode hoje ir a qualquer lugar, por mais distante que seja, que irá encontrar resíduos deixados pelo homem.
Seja numa floresta ou no fundo dos oceanos lá estarão aos encargos da natureza garrafas pets, latas entre outros lixos por nós industrializados.
O homem tem sede voraz pelo lucro e uma preguiça descomunal em agir na defesa daquilo onde faz parte: a natureza!
O tema é atual e as discussões em todo o mundo, me parece, não estão chegando a decisões que de fato possam nos ofertar soluções imediatas, práticas e que permitam aos nossos netos, encontrarem um planeta mais limpo.
Por aqui se discute o uso das sacolas plásticas em supermercados, como se essas sacolas fossem o maior dos problemas. E as embalagens de ração canina? Imaginem uma grande cidade com aproximadamente uns 500 mil cães; se em cada residência onde habita um animal utilizarem apenas uma embalagem de 15 quilos de ração por mês... pois é; o volume da coisa é assustador e não pensem que estas embalagens retornam para reciclagem. As pessoas, após o consumo da ração, as utilizam para colocar...MUITO LIXO!
Pior ainda são os bairros mais distantes nos grandes centros ou cidades que incorporam regiões metropolitanas, onde as pessoas jogam lixo em qualquer terreno baldio sem a mínima preocupação com a própria saúde, o que dizer dos seus vizinhos. O que me assusta é a falta de respeito, consideração e educação, já que na maioria dessas cidades, o serviço de coleta de lixo existe e é eficiente. Em São José dos Pinhais-PR, por exemplo, a prefeitura vem lutando muito para reduzir o drama do lixo jogado nos terrenos baldios, mas parece que esta batalha jamais terá fim. A prefeitura vem com máquinas, caminhões e recolhe todo o lixo. Os locais ficam limpos, livres, portanto da infestação de ratos, baratas e moscas. Mas basta que deixem o local e já tem gente vindo atirar lixo de novo. As fotos comprovam o que eu estou narrando.
Agora vamos pular para o lado artístico do lixo afinal de contas, dizem que tem muito luxo no lixo, numa alusão a uma série de coisas que as pessoas jogam fora e que podem ser aproveitadas por outros.
Quem lida com a coleta seletiva sabe muito bem do que se trata e nestes lixos luxuosos é possível as vezes se encontrar aparelhos de todo tipo, em bom estado além de livros, discos de vinil, fitas cassete, cds,quadros,brinquedos e por ai vai.
Mas quando se trata de criatividade com o lixo, a gente se surpreende com o que algumas pessoas são capazes de fazer usando garrafas pet, latas de cerveja e refrigerante entre outros. Em Curitiba, por exemplo, nos finais de ano a gente vê a prefeitura colocar árvores natalinas em metal, com espaços arredondados onde são colocadas garras pets de várias cores. O resultado impressiona!
Nos Estados Unidos, as latas de refrigerante e de cerveja, assim como latas de alimentos são usadas numa competição que realmente enche os olhos. Anualmente, arquitetos e engenheiros se reúnem em Nova Iorque e outras cidades para superar uns aos outros em suas construções ousadas feitas com criativas estruturas que usam apenas as latas. As fotos aqui distribuídas já nos ofertam uma idéia do evento. Aliás, o próximo acontecerá no dia 13 de maio em Chicago.
Fala-se muito em reciclagem do lixo, mas as pessoas, a maioria, ainda não criaram o hábito de separar o lixo orgânico do reciclável e dessa forma, o Brasil joga no lixo grandes fortunas todos os anos.
Por outro lado, as garrafas pet, que são recicláveis, estão causando grandes problemas em todo o mundo porque a quantidade das mesmas é tão grande que ninguém consegue acompanhar a velocidade com que elas circulam mundo afora. A praticidade é geral e irrestrita! O fabricante de bebidas envaza e comercializa e o consumidor bebe e joga no lixo ou na natureza. O fabricante das garrafas segue produzindo em ritmo alucinante, porque o consumo lá for a é voraz. Não tenho números aqui, até porque nem precisa, mas diariamente são milhões as garrafas pet que saem dos mercados, passam pelas mesas e chegam ao lixo.
A Coca-Cola, e não poderia ser outra, está veiculando um comercial onde planeja levar ao consumidor a idéia de que é preciso adquirir o produto com as garrafas de vidro, porque são retornáveis e não se discute: o refrigerante fica muito mais saboroso. Por sua vez, começam os apelos para que a gente leve ao mercado nossas sacolas, também retornáveis. Ora vejam só; estamos ainda que a passos de tartaruga, voltando ao passado e não duvidem se em breve, a gente volte a contar com leite em garrafas de vidro, como era nos bons tempos de nossas infâncias.
Faça você também sua arte com o lixo. Não sabe? Simples: separe tudo o que pode ser reciclado e entregue para a coleta seletiva ou para os catadores de papel, latas, ferro, papelão etc… Já é um grande começo, porque a verdadeira arte do lixo é não criar mais lixo para que a natureza tenha que dele se desfazer.
Pense seriamente no assunto e troque idéias com seus familiares, amigos, colegas de trabalho, de escola etc…
Precisamos fazer algo urgente e o primeiro passo, é reduzir o volume de lixo e ter ciência de que lixo mesmo, só aquele que for orgânico e que a natureza pode decompor em poucos meses.

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