segunda-feira, 22 de novembro de 2010

CEIA DE NATAL COM INSETOS - O PRATO DO FUTURO?

A cada final de ano me pego divagando sobre os grandes festejos que assolam o mundo e é claro; das gastanças que se fazem para movimentar as turbinas da indústria e do comércio. O consumismo que já é desenfreado o ano todo ganha uma aceleração a mais com a chegada das festas que evidentemente vão regar a vida de muitas pessoas com os mais sugestivos e inusitados presentes além é claro, das mesas mais fartas e inimagináveis para uma legião de outros mortais.
Final de ano é tempo de abnegação e de solidariedade compulsiva, onde uma legião de benevolentes arregaça as mangas para tentar proporcionar um Natal mais feliz àqueles cujas condições de vida estão abaixo da linha.
Pois bem; meus pensamentos criam asas e ficam voando pelos quatros cantos do mundo, onde as atitudes não são diferentes e tão logo as festas aconteçam, as imagens de luzes, cores e fogos de artifício atravessam o planeta tanto pela televisão quanto pela internet.
De um lado a alegria farta de bilhões de pessoas e do outro, a desesperança de outros bilhões que vivem um dos maiores dramas que assola a existência humana: a fome!
Não é preciso sair de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Brasília ou do Recife para que se possa sentir abalos dentro desse contexto. É verdade que, mesmo diante de tantas críticas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu, ao longo do seu mandato minimizar muito a questão da fome. Se bem recordo quando de sua posse há 8 anos, entre alegrias e lágrimas, o nosso mandatário deixou bem clara a sua proposta neste sentido. Melhorou muito e tem muito mais a ser feito em favor dos brasileiros menos favorecidos que estão em todas as partes do país e não necessariamente no Nordeste, conforme se falam e se publicam por ai.
Mas se aqui tivemos certo progresso, lá longe as coisas são terríveis, porque a cada dia mais de vinte mil pessoas morrem de fome. Isto significa algo em torno de 1.100 pessoas por hora que resulta algo em torno de 9 milhões de indivíduos por ano.
O ano está chegando ao seu final e até aqui já morreram vitimados pela fome perto de umas oito milhões de pessoas.
Triste cenário considerando os avanços tecnológicos que nos cercam atualmente e que, ainda assim, permitem essa grande tragédia humana.
Eu diria em meu pensar que se trata da maior vergonha para o nosso planeta e para muitos dirigentes de países que vivem soterrados numa miséria inimaginável para nós que podemos nos dar ao luxo de colocar em nossa mesa uma refeição digna para nosso sustento e de nossas famílias.
O que me levou a traçar estas linhas, não foi necessariamente o assombroso quadro da fome que ao longo da história vem dizimando pessoas em todas as partes, mas o fato de que recentemente a ONU-Organização Mundial das Nações Unidas e a FAO-Food and Agricultural Organization divulgaram um documento incentivando a população ao consumo de insetos, pois além de ser altamente nutritivo, ainda vai colaborar com a melhoria das colheitas. Em outras palavras; os esfomeados digerem insetos e os afortunados podem comer o resultado de uma boa safra agrícola. Me corrói a alma deparar com tamanha hipocrisia e o pior de tudo, é que este documento é de autoria do professor Arnold van Huís, da Universidade da Holanda e consultor da FAO e da ONU. Ele justifica afirmando que além do alto poder nutritivo dos insetos, muitos países já os consomem por tradição e sem nenhum preconceito.
Quando ouço no rádio, vejo na televisão ou leio nos jornais, revistas e na internet que alguns países gastam bilhões de dólares em armamentos e se equipam para uma guerra terrível, que eu espero jamais aconteça, tento me consolar perante a falta de humanidade de tantos que se dizem humanos. É óbvio que a falta de condição mínima para comprar comida é o grande vilão desse drama e seguindo por este trágico caminho, o que teremos no horizonte futuro serão fazendas especializadas na criação de insetos para saciar a fome dos que nada tem de melhor para comer. O problema é que considerando a ganância do homem, estes insetos “criados” terão um custo e os esfomeados seguirão padecendo neste genocídio que supera muitos conflitos armados.
O grande desnível econômico entre os homens é que se transformou na arma mais perigosa e mortal, porque no mesmo instante em que pessoas afortunadas degustam as mais finas especialidades da gastronomia mundial, outras comem insetos ou nada comem e amanhã meus amigos, teremos mundo afora mais mil e poucas pessoas no mundo padecendo sem que o planeta tenha dó ou piedade. Mas as festas estão ai! Comemoremos ora, pois; porque no futuro...as ceias natalinas prometem ser ultrajantes!
*Imagens extraidas de outros portais que abordam o drama da fome mundial!

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