sexta-feira, 5 de novembro de 2010

ECOAM NO ESPAÇO OS LATIDOS DE FLETCHER


Ele apareceu por um desses acasos que a vida proporciona.
Chegou miudinho, quase como um bichinho de pelúcia.
Sua vinda deu-se em função de que na época, meu cachorro Alf, embora com uma tentativa, não pode ficar comigo na casa de minha irmã. Alf era bravo e, além disso, um ambiente diferente do que estava acostumado também não seria o ideal.
Assim, minha irmã decidiu me presentear com um novo parceiro e foi o que aconteceu há mais de 16 anos. De bate - pronto lhe dei o nome de Fletcher e assim, ele viveu ali por estes longos 16 anos e 8 meses, sempre dono do território, dividindo espaço, primeiramente com a fêmea pastora “Star” e depois, com a fêmea pastora “Tifany” e mais recentemente com o esguio “Marley”.
Fletcher superou as expectativas, já que a maioria dos cães parte muito antes dos 12 anos de vida. Primeiro era Fletcher, que ganhou o apelido de “Fletico”, depois de “Lico” e mais recentemente, carinhosamente de “velhinho”. Já andava meio ranzinza, o que é natural e de repente, lá se foi o nosso Fletcher para o mundo dos cães em outra dimensão. Deixou saudades! Muitas saudades afinal, 16 anos refletem uma longa jornada de vida e é claro que a partir de agora, a rua ficou um pouco mais vazia sem a sua presença e um pouco mais silenciosa sem os seus latidos de praxe.
Os cães chegam e se vão muito cedo! Chegam e nos cativam por serem como uma bola de algodão e depois, porque passam a integrar a família do jeito que melhor lhes compete. A fidelidade, o carinho, o amor incondicional que aliás; muitos de nós precisamos aprender como realmente funciona.
Mas Fletcher (o fabricante de flechas) passou por aqui, deixou suas marcas, viveu suas dores, curtiu alguns momentos de solidão, sorriu com o balançar do rabo e lançou ao espaço uma canção toda sua, pelas notas graves e agudas de seu latido que ora ecoa pelo espaço.
Que o bom Deus lhe dê um confortante lugar por onde estiver e que o “Fletico” saiba que nós, todos nós, sentiremos muito a sua ausência e o levaremos conosco em lugar sempre especial no coração. (P.B.J)

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