Uma das maiores produtoras de telenovelas do planeta, a Televisa do México, há pouco tempo produziu uma interessante série para televisão intitulada “Mulheres Assassinas”. O seriado, que até onde sei teve três temporadas, baseia-se em crimes hediondos praticados exclusivamente por mulheres que, de alguma maneira, tiveram algum tipo de sofrimento ao longo da vida e que de repente, deixam fluir para o cotidiano os monstros que habitam seus interiores.
Duas temporadas desta série foram exibidas aqui no Brasil pela Rede CNT ao longo de 2010 e é claro que até hoje o público vive pedindo a terceira temporada. Quem sabe um dia! O que recordo, é de um episódio (Emília-cozinheira) onde a mulher, após trabalhar tanto e ver o marido só na folga, acaba cedendo aos caprichos do dono da casa onde vive, trocando o aluguel por favores sexuais. Aos poucos ela toma uma decisão implacável: decide matar o sujeito e depois, em sua pequena venda, oferece aos clientes, a maioria amigos de farra do marido, deliciosos bolinhos recheados com a carne moída da vítima então esquartejada. É realmente fora de qualquer contexto, mas o seriado, em cada um de seus episódios, foi baseado em fatos reais.
A gente por aqui já viu de tudo e vive assistindo pelos telejornais que disputam os espaços noturnos de norte a sul, coisas absurdas que só os humanos tem a capacidade de fazer. Não é preciso ir tão longe: basta que a gente reveja documentos a respeito dos maiores conflitos armados, como o holocausto por exemplo.
A crueldade do homem ultrapassa longe a ferocidade de um leão ou de um tigre, já que aos dois últimos, a natureza apenas os supriu pelo instinto selvagem e luta pela sobrevivência. Para nós, esta mesma natureza nos supriu com a inteligência que, sinceramente, deixa muito a desejar quando deparamos com os feitos mais absurdos, mais estapafúdios e crueis que nos cercam no cotidiano.
Eu nem estava tão a fim de falar sobre o caso de crueldade mais recente, até porque toda a mídia está em cima, cada veículo, como sempre, tentando encontrar um diferencial para aumentar os pontos na audiência ou vender mais jornais e revistas além, é claro, dos milhões de cliques nos portais da Internet.
Eu fico aqui me perguntando: O que leva uma mulher jovem, estudada, bonita, com alto padrão de vida e com todas as possibilidades de se manter tão bem pelo resto da existência a cometer um crime tão bárbaro?
Foi o que fez Elise Ramos Kitano Matsunaga(ré confessa), então casada com o empresário Marcos Kitano Matsunaga e que, segundo ela, a estava traindo. Isto leva a crer que o crime foi passional, embora exista um seguro de 600 mil reais no nome dela e ainda mais; o empresário havia fechado negócio em torno de 2 bilhões de reais. Já tem um especialista dizendo que o crime não foi apenas por causa de ciúme. É mais que evidente!
Pelo relato dela publicado hoje nos principais jornais, a gente se pergunta: seria ela uma psicopata? É o que certamente dirão seus defensores perante a justiça, não tenham dúvidas. Li num desses tantos comentários em portais, o de um leitor que definiu o simples: “Ela deveria ter se separado, ficado com uma boa pensão, morando muito bem e tocando a vida.” Assim, sem adentrar em mais detalhes, porque tudo está fervilhando imprensa afora, trata-se então de mais um triste e horrendo episódio de “Mulheres Assassinas”, desta feita, com locações reais no coração de São Paulo.
Que a justiça seja feita!
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