terça-feira, 24 de maio de 2011

CÂMERA MAMUTE - O PRIMEIRO PASSO PARA FOTOS GIGANTES

No início dos anos 80 tive contato pela primeira vez com os computadores e confesso que naquela época não me passava pela cabeça que um dia seria tão dependente da máquina como a maioria das pessoas são atualmente.
O primeiro computador que vi ainda era gigantesco e somente processava dados de uma grande empresa do governo. Mas naquela mesma época já se falava muito em computador pessoal, uma vez que em 1971 surgia o Kenbak 1 com seus 256 bytes de memória. Em suma, era um computador com “vaga lembrança”. Imagine hoje você ter que operar uma máquina nessas condições. De certo que iria ser internado num manicômio.
Pois bem; a minha entrada aqui falando de computadores é só para abrir uma grande porteira, já que o assunto mesmo é voltado para a fotografia. Na verdade, os computadores modernos aliados às câmeras fotográficas de ultima geração nos permitem produzir fotos com altíssima qualidade e com a vantagem de se poder corrigir possíveis falhas usando-se alguns programas específicos para isto.
Na medida em que os dias avançam, a capacidade de ampliação das ditas fotos modernas é algo espantoso, considerando que muitas fotos em alta definição superam os 15 megabytes brincando. Daí...pois é...dai a gente quer abrir uma foto desse porte e descobre que é preciso ter uma máquina a altura, com um ótimo processador e essas coisas todas que eu deixo por conta de quem está intimamente ligado ao universo da informática. Diante ao exposto, podemos hoje fazer uma foto perfeita de um minúsculo mosquito até objetivos gigantescos sem esquecer daquelas fotos que registram as competições de automobilismo com flagrantes realmente fantásticos entre outras atribuições.
Mas vamos voltar no tempo, lá pelo início do século 20 e encarnar o desejo dos dirigentes de uma grande companhia que almejavam fazer uma foto gigante do mais moderno comboio sobre trilhos até então construído. Era a época magistral dos caminhos de ferro e paralelamente, a fotografia dava seus primeiros passos. O comboio ferroviário era a estrela da Chicago & Alton Railway : The Alton Limited. Tudo o que desejavam era ter uma fotografia que realmente transpassasse ao observador a pujança daquela maravilhosa composição.
Para tal empreitada nascia a maior câmera fotográfica do mundo, construída por J.A. Anderson a um custo de 5 mil dólares e pesando incríveis 640 quilos. Media mais de 4 metros de comprimento e usava negativos de 1.35m X 2,40m e era transportada num vagão especial. Para que pudesse ser locomovida necessitava de pelo menos 15 homens e seu tamanho espetacular permitia que um funcionário fizesse sua limpeza entrando em seu interior.
Para a missão arrojada, fora construía apenas uma placa de negativo na qual o fotógrafo George Raymond Lawrence (1868-1938) conseguiu obter o sucesso esperado.
A revelação da cópia exigiu além do papel especialmente feito para o evento, 45 litros de soluções químicas. Três gigantescas cópias da foto foram expostas com grande êxito na Exposição Universal de Paris em 1900, onde por aquela única fotografia, Lawrence recebeu o Grande Prêmio Mundial para a Excelência Fotográfica. Como se vê, a “Mamute” fez jus ao seu nome tanto pelo tamanho quanto pelos custos exigidos, mas com certeza, foi a partir dela que o interesse por fotos gigantes aumentou ainda mais e ao longo do tempo, chegamos a uma superação que nos permite vislumbrar cada vez mais, trabalhos primorosos que só a tecnologia moderna seria capaz de nos proporcionar.

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