
Por aqui, em nossa Terra Brasilis, me aparenta não estarmos vivendo uma crise tão grande como se espalha. O carnaval foi um exemplo prático, com foliões se divertindo de norte a sul e pelas ruas o que mais se observa são veículos novos trafegando. Nos shoppings e hipermercados, muita gente fazendo suas compras como de costume. Me parece estar tudo normal, excluindo-se é claro, o desemprego país afora, embora ele esteja assim há anos e, além disso, os demais problemas que vivemos seguem em sua trajetória de altos e baixos. Não quero com isto afirmar, e nem poderia, que o Brasil não vive a crise. É claro que muitos setores da economia estão sentindo os impactos e me parece ser o momento ideal para que tais setores passem a olhar mais seriamente para o consumir interno. O que atrapalha muito nossa estabilidade é a ganância por lucros astronômicos. Vemos isto em diversos segmentos econômicos e mais ainda lá nos meios políticos onde muita gente coloca a mão no jarro enquanto milhões de brasileiros ficam prejudicados em setores como a saúde e a segurança.
Fevereiro se vai e ficam escritas as páginas de sua história. Amanhã já é março e não será diferente dos meses que ficaram para trás. Os jornais continuarão a estampar manchetes preocupantes, os telejornais vão exibir imagens chocantes, as revistas vão se aprofundar nos temas e muitos especialistas vão seguir formulando todo tipo de receitas para que a gente escape da chamada crise.
Paralelamente a isso tudo, estamos sentindo na pele o aquecimento global, o desmatamento da Amazônia, a poluição dos rios, a camada de ozônio, os alimentos transgênicos, as epidemias que se espalham mundo afora, as guerras, as guerrilhas urbanas, o tráfico de drogas entre tantos outros fatos que nos cercam dia após dia.
Momento este de repensar sobre nossas próprias vidas. Talvez você não se dê conta, mas participa de alguma maneira desse contexto todo. Você trabalha, produz, consome. Você produz lixo e ajuda a poluir o ar quando circula com seu carro. Você quer ganhar mais como todo mundo e nem se importa com as conseqüências de suas atividades diante do meio-ambiente.
É momento de todos nós olharmos para os nossos filhos e parar para pensar a respeito de que mundo eles vão herdar. Desde o instante em que os primeiros homens decidiram se unir em grupos e descobriram a agricultura, passaram a agredir a natureza e desde então, é o que todos nós fazemos todos os dias sem um mínimo de importância ao fato.
A verdade triste é que em menos de duas décadas vamos todos sentir os efeitos avassaladores do aquecimento, da falta de água potável, da diminuição dos alimentos, do ar cada vez mais poluído e de uma esperança de vida cada vez mais sinistra.
É verdade também que muita gente já está se mobilizando para conscientizar as sociedades a respeito disso tudo, mas é preciso que cada um de nós comece urgente a fazer sua parte. Economize água, separe o lixo, não polua os rios e quando for à praia, junte o lixo. São atitudes simples que promovem melhorias radicais. Mas todos precisam colaborar.
De que nos servirá o dinheiro no futuro se não tivermos o que comprar?
A crise maior não é monetária. Ela simplesmente está embasada na nossa cruel e mesquinha maneira de viver. É tempo de reaprender a ser solidário e de saber admirar todas as maravilhas que nos cercam. E obviamente; preserva-las com unhas e dentes. Nossos filhos merecem e agradecem.
Pensem nisto!
E que o mês de março seja pra você, o início de um novo tempo!