Janeiro passou como um jato e dele, restaram apenas os vórtices que esboçam nossas vidas. Lá vamos nós fevereiro adentro, levando a vida da mesma maneira e encarando todos os fatos, mesmo os que nos deixam atônitos, com certa naturalidade. Isso não é bom para ninguém, mas a vida como ela é, é exatamente como a vivemos em nossos dias. Já vem chegando o carnaval e assim, tempo de extravasar... Para onde estaremos realmente indo? Por que muitos tem tanta pressa de chegar onde não sabem? Há uma dança ao nosso redor – a dança dos anjos, suave e perfeita por sobre as nuvens ou quem sabe, lá dentro da nossa alma, rebuscando nossos rodamoinhos de impaciência na tentativa de nos fazer olhar o mundo e a vida por um outro ângulo. Na tentativa de nos induzir a fazer alguma coisa para melhorar o mundo, que precisa urgente de atitudes e de mudanças radicais. O mundo foi sequestrado pela indiferença, pelo descaso, pela desigualdade, pela dor, pelas lágrimas, pelo terror, pela violância urbana, pelas guerras, pelos vândalos, pelas drogas, por toda a perdição que espreita em cada esquina. Precisamos resgatar o mundo e seus reais valores. Precisamos exercitar a dança dos anjos, do jeito que nos for mais conveniente, mas precisamos dançar e sorrir. Precisamos urgentemente nos transformar em criança outra vez e libertar a inocência de sua enorme jaula. Não que seja preciso ser inocente e ingênuo – talvez um idiota – mas para que a vida fique mais leve, mais solta e tenha assim, seu real sentido, porquanto estivermos caminhando por nossas estradas em busca da realização pessoal e do destino mais procurado: a felicidade! Onde fica a Felicidade? Entre as Cordilheiras mais altas? Nas profundezas dos oceanos? No fundo de um vulcão? Na imensidão árida de um deserto? – Por certo, a felicidade ficaria tão próxima se a buscássemos com tranquilidade e com sabedoria. Mas a deixamos ficar cada vez mais distante porque nossa ansiedade insiste em conquistá-la à força. Dancemos como os anjos o fazem em seus vórtices variados e nos deixemos libertar das correntes pesadas que nos prendem a valores tão mesquinhos que muitas e muitas vezes, nos fazem esquecer de amar, de dar um abraço, de dar um sorriso, de estender as mãos, de caminhar num bosque, de carrer em meio a chuva, de tomar um banho de cachoeira, de ouvir a música das ondas e até de dançar livre ao vento. Dance! Dance a dança dos anjos, porque o grande palco é todo seu. Daqui a pouco o sol vai iluminar tudo e todos e mais adiante, as estrelas vão dar o glamour desta maravilhosa festa de vida. (Pedro Brasil Júnior)
*A foto é simplesmente fantástica. Um vórtice formado na passagem da aeronave. Parabéns ao fotógrafo por estar atento e preciso. Pena que a foto circula pela Internet sem a menção ao nome do autor. Precisamos valorizar as autorias. Isso é um bom começo para ajustar nossos reais valores. Pensem bem nisto!
Nenhum comentário:
Postar um comentário