Em março de 2008 publiquei neste espaço um artigo intitulado "Homens de Prata invadem as ruas", que destacava o trabalho desses personagens que tomaram conta de algumas esquinas da vida pelos grandes centros em busca de uma sobrevivência mais digna. Nestes últimos dias em que o sol vem castigando de verdade, tenho cruzado nos semáforos com muitos desses corajosos trabalhadores que encaram numa boa o tremendo calorão, ainda que com o corpo totalmente coberto pela tinta prateada. Passam várias horas do dia imitando estátuas da esperança, que aliás; não sei ao certo se existe alguma de verdade para homenagear este símbolo de vida.
Em troca de alguns trocados, eles fazem suas poses, deixam os turistas registrar um flagrante fotográfico e ao final do dia, lá vão eles loucos por um banho de verdade.
Não se sabe precisar quanto ganham por uma jornada desse tipo. Alguns afirmam que conseguem as vezes uns 100 ou 150 reais, mas na maioria das vezes vibram quando de moedinha em moedinha a receita chega ali pelos 40 reais. Como diz Nhô Benevides: "levá pintada todo dia não é mole não!"
Pois bem, dando umas pinceladas neste mundão da Internet descobri uma coisa interessante: uma modelo totalmente pintada em prata que deve ter ganho um cachê convidativo para alguns cliques. Me ocorreu, independentemente das atividades própriamente ditas, que nenhuma mulher até agora aventurou-se neste estilo mais despojado pelas ruas. Existem algumas cobertas com muita roupa, imitando as vezes alguma santa. Claro que a situação em princípio pode parecer delicada, mas que faria sucesso, isso faria. A sugestão aos "homens-estátuas" é que levem para junto de si uma mulher-estátua. O chapéu ou saquinho de coleta vai melhorar a receita com toda certeza!
Como diz o Zé Simão, lá na Folha: "Quem fica parado é poste!"
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