A cada dia que passa me surpreendem ainda mais os acontecimentos deste nosso mundo quase sem fim. Digo “quase” porque sinceramente, daqui a pouco, da maneira como a humanidade vem se comportando, o fim do mundo será inevitável.
Talvez eu seja “um pouco antigo”, mas assim como muitos cinquentões, só para exemplificar, tive uma infância alegre, divertida e muito inocente. Naqueles tempos éramos considerados crianças até ali, pelos 16 anos de idade. A palavra adolescente nem se ouvia. Era justamente nesta faixa de idade que a gente começava a sentir os efeitos dos hormônios no organismo, mas nunca ninguém falava em hormônios. Fala-se sim em descobertas, ou o começo delas. Olhávamos uma menina da mesma faixa etária e passávamos a sentir certa paixão. Na maioria das vezes isso rolava por alguns anos e acabava no altar. Depois se formava uma família e a vida seguia.
Isso se perdeu pelo tempo, para nosso desespero neste início de século 21. Devo confessar que estou pasmo diante dos mais recentes acontecimentos envolvendo crianças, quer seja aqui no Brasil como no exterior. Parece-me que a monstruosidade se apossou das pessoas e o foco principal de suas esquisitices são as crianças, na maioria dos casos, com menos de cinco anos de idade. A violência infantil vai desde espancamentos até o abuso sexual, passando pela exploração através do trabalho e da prostituição infantil.
Vejo à minha frente um enorme quadro negro e apenas um pontinho branco, que é ao meu entender o fio de esperança para que todos nós comecemos a gritar por justiça e a exigir das autoridades, ações drásticas e mudanças rápidas nas leis.
Não vou me meter em questões jurídicas ou políticas por razões obvias, mas o meu pensamento e a minha visão me levam aos anais da justiça brasileira, que segue seus códigos antiquados permitindo que bandidos de toda estirpe cometam seus crimes e baseados na lei, entre outros aspectos, possam continuar à solta, como um bicho papão de verdade ameaçando toda a sociedade que trabalha e que procura seguir todas as normas impostas. Aliás; que paga todo este turbilhão de impostos sem ter assegurado direitos como o de uma segurança pública eficiente.
Pois bem; não esquecendo crianças assassinadas recentemente aqui no Brasil, e isto acontece quase que semanalmente, temos que lamentar o crescente número de crianças espancadas e molestadas sexualmente, em geral por pessoas próximas, como por exemplo, muitos pais desnaturados. Me pego pensando como é possível um pai abusar da própria filha e muitas vezes do filho. Alguém já disse que é coisa de animal. Com todo respeito; animais dizem, são irracionais e a gente não vê na natureza os bichos agirem como os humanos. Quem pratica tais atos só pode ser mesmo um crápula!
O que me deixa ainda mais indignado, é o volume de porcarias que as pessoas despacham pela internet, achando que é engraçado, como por exemplo, uma mensagem eletrônica denominada “mães imbecis”, onde a gente observa várias fotos de supostas mães exibindo seus corpos nus para a câmera na presença de crianças. Tem foto inclusive de mãe fazendo sexo oral e a criança olhando do chiqueirinho. Tem outra “vagal” fazendo sexo e o menino bem pertinho, conferindo tudo. Pasmem, tem que lembrar que ali estavam os cabras safados também. Em suma; as pessoas perderam completamente a noção, o bom senso, o respeito e o caráter.
Conseqüências desses atos praticados por adultos começam a emergir neste mundão. Porque muitas mães e pais estão criando seus filhos sem um mínimo de dignidade até, porque, como passar a eles algo de bom se o que se tem na cabeça é só merda?
Vamos a um fato triste: No dia 27 de fevereiro passado, na cidade de Nova Andradina, no Mato Grosso, um menino de seis anos foi abusado sexualmente no banheiro da Escola Municipal Efantina. O crime ficou abafado até o dia primeiro de abril e agora foi confirmado pelo jornal Campo Grande News (www.campograndenews.com.br). O caso foi registrado no Conselho Tutelar da cidade e no hospital onde o menino ficou internado, o que levou a polícia a dar seguimento nas investigações. O abuso ocorreu durante uma aula de educação física e no banheiro, onde aconteceu o abuso, estava com a vítima outros 10 alunos, o que levanta a suspeita de que tenham sido os próprios colegas do garoto, todos na faixa dos 10 anos de idade.
Intriga-me de certo modo o fato, tanto pela ação, que causou ferimentos em função da violência quanto pela idade dos supostos criminosos, todos crianças.
Ou estou ficando velho demais, ou tem coelho grande nesta história. É verdade que meninos dessa faixa etária podem sim ter praticado o abuso, mas quero crer que não tenham sido, porque do contrário, chegamos ao limite do impensável e pobre de nós diante ao caos, quando crianças sofrem violência praticada por outras crianças. Se assim foi, meus amigos; estamos sim à margem do colapso total. E que Deus tenha piedade de todos nós!
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