segunda-feira, 20 de abril de 2009

PAI DOS WESTENRS COMPLETA 70 ANOS


Falar sobre cinema muitas vezes é complicado, porque os gostos são variados e nem adianta discutir o assunto. É algo parecido com futebol, política e religião. Podemos até debater, mas é sempre bom ter bom senso e respeitar as opiniões e vontades alheias. Verdade que existem aqueles indivíduos que assistem um filme, lêem um livro ou escutam uma música e depois ficam torrando a paciência dos outros, numa insistência sem limites para que as pessoas façam o mesmo. Depois... fica enchendo o saco com perguntas variadas e se você não diz o que o cara deseja escutar... meu amigo, é um verdadeiro pé no saco.
Antigamente pelo menos era assim. Hoje, é a internet. Tem um mundaréu de gente que não tem coisa melhor pra fazer e fica fuçando de tudo um pouco. Depois, enviam para sua enorme lista de contatos tudo o que viram e acharam “lindo”, “maravilhoso”, “inacreditável”, “você tem que ler”, “você tem que repassar” e por ai afora. A gente respeita e muitas vezes acaba dando uma conferida em alguns conteúdos. A desgraça maior é que tem muito safado na internet que publica coisas absurdas e o pessoal, em sua maioria, manda para frente sem fazer uma pesquisa que confirme os fatos. Exemplo clássico é “O Homem sem Face”, que algum espertalhão escreveu e muita gente já fez circular por e-mail aquela tremenda farsa que conta uma história sobre a vida do ator Mel Gibson, que teria tido o rosto todo deformado e depois, algum cirurgião plástico de outro mundo teria feito aquele milagre.
Bem; deixemos pra lá essas balelas, porque o assunto é cinema e vim a ele porque algumas pessoas já questionaram que neste espaço não se fala sobre o tema.
Não é que eu não goste de cinema; pelo contrário – acontece que durante 30 anos estive e continuo envolvido com televisão e já assisti a tantos filmes para produzir chamadas que às vezes não consigo me prender na frente da televisão para assistir um Dvd.
Mas hoje decidi que era chegada a hora de começar e escolhi um filme que certamente não foi visto pelas gerações mais recentes, de pelo menos umas três décadas. Eu assisti a obra de John Ford duas vezes, a primeira em 1967 e depois, em 1980 quando ele foi exibido na emissora onde eu trabalhava.

O filme “No Tempo das Diligências” completou no último mês de março, 70 anos desde a sua primeira exibição em 1939. Sei que muitos leitores jovens vão pular daqui para longe, mas eu peço encarecidamente que prossigam, porque este filme é o que se pode chamar de o melhor faroeste do cinema em todos os tempos. A obra de Ford que abriu as portas para o estrelato de John Wayne e que fez do próprio Ford um dos diretores mais premiados pela Academia.
O filme mostra a saga de nove passageiros de uma diligência que rasga as terras do Novo México, depois de ter partido do Arizona. Os personagens, além do desesperado condutor, são um médico e uma prostituta que foram expulsos da cidade, um vendedor, uma dama do Leste que embarca grávida e acaba dando a luz durante a viagem, um tenente que serve num forte da região, um jogador de cartas, um banqueiro, o xerife e seu prisioneiro.
Durante a viagem, eles encaram os Apaches liderados pelo temível Gerônimo e na medida em que a fita segue, histórias curtas sobre a vida de cada personagem vêm à tona, criando um clima de muitas expectativas e que levou o jornalista Inácio Araújo a definir o filme como “A América numa carroça”.
O filme tem tiros, discussões, duelos e todo o clima que envolve o faroeste de cinema e pode-se dizer seguramente que “No Tempo das Diligências” é o Pai de todos os westenrs que vieram depois.
John Ford acertou em cheio quando escolheu como cenário o Monument Valley, em Utah para as filmagens que duraram pouco menos de dois meses.
O filme tem 97 minutos de ação e foi indicado na época para 5 estatuetas mas só levou duas, a de melhor ator para Thomas Mitchell e de melhor trilha sonora. John Wayne merecia o Oscar neste filme, mas como ainda não era conhecido....
Pois bem, “Stagecoach”, titulo original da obra, tem no elenco principal, Claire Trevor, John Wayne, Andy Dedvine, Thomas Mitchell, George Brancoft, Donald Meek, Tim Holt, Louise Platt, John Carradine e Berton Churchill.
O custo total do filme naquela época foi de U$ 546.200 e arrecadou U$ 956.927,21 o que comprova o sucesso absoluto desse clássico que é sempre benvindo aos olhos, principalmente dos que já passaram dos 40 anos de idade. Quem é jovem e gosta de cinema, deve assistir não por curiosidade, mas para sentir verdadeiramente o clima de cinema feito com certa simplicidade, roteiro bem adaptado, direção e atuações impecáveis, custo relativamente baixo e sem a necessidade de efeitos especiais. Bastou neste caso uma trilha sonora à altura para mexer ainda mais com as emoções dos espectadores.
Na locadora de sua preferência é bem provável que o filme esteja por lá no chamado “catálogo”. Caso contrário, o filme em Dvd custa pouco, algo entre 14 e 30 reais pela internet. Deixo a seguir um endereço onde acredito ser o melhor preço para quem for comprar, seja para assistir ou colecionar. A gente fala mais de cinema dentro em breve. Sugestões serão sempre benvindas.
www.dvdlight.com.br/catalog/default.php?manuf...

Um comentário:

Znayde disse...

Hummm... lembrei-me dos filmes do Tarzan,do Fantasma, do Mandrak... Os perigos de Nioka... rs rs. Gostei do comentário... Abraços cinematográficos! Zenaide